Nessa viagem já passamos por Matera, Alberobello (e região).
Lecce faz parte da terceira parte da viagem, que envolve a região litorânea (e
lindíssima) da Puglia.
Nossa base seguinte foi a cidade de Otranto, numas das partes
mais lindas do litoral da Puglia. Escolhi essa base porque, como seriam dias de
visitas a praias e locais com vista para o mar, achei que ficar numa cidade
costeira e bonita, já nos deixaria no clima correto para os passeios.
Mas a grande maioria das pessoas acaba ficando em Lecce, por
ser uma cidade também histórica, de médio porte, mais opções de hotéis e bem no
Centro dessa região. Eu fiquei em Otranto e ficaria novamente, pois achei
sensacional. Passeava durante o dia e ao chegar a Otranto, sempre tinha algo
bom para ver, nem que seja sentar num lindo local cm vista para o mar.
Mas isso é escolha pessoal. Lecce é uma boa base também, é
linda e é considerada a Firenze do Sul.
Caso você fique em outra cidade que não Lecce (como eu fiz),
sugiro que você deixe para visitá-la no dia que o sol não aparecer. Assim você
deixa o litoral para os dias de melhor tempo. No meu caso, no dia de sair de
Alberobello para Otranto, o clima estava bem mais ou menos. Aproveitei para
fazer um pit stop em Lecce, que ficava no caminho.
ATENÇAO: a possibilidade de fazer pit stop em alguma cidade é
sempre muito útil num roteiro (pit stop = visitar uma cidade situada entre a
cidade que você estava e a cidade que irá se hospedar depois). Mas, existe
SEMPRE um risco envolvido no fato de deixar seu carro com todas as malas,
estacionado. Não existe nenhum lugar 100% seguro. Mas, alguns cuidados são
essenciais para que você minimize seus riscos.
1 1) Jamais
deixe malas aparentes no carro. Seu carro deve ter tampa na mala, de forma que
não fique visível que está com malas. TODAS as malas, sacolas, bolsas, etc
devem estar no bagageiro, fora da visão.
2 2)
Para
que o pit stop seja viável isso você tem 2 opções: ou leve poucas malas ou
alugue um carro que seja compatível com sua bagagem. Ou seja, quem quer levar o
armário nas costas ou comprar tudo pelo caminho, vai ter que alugar um carro
maior (e mais caro) ou abrir mão de fazer pit stops.
3 3)
Ainda
que a mala do carro caiba tudo, no local de saída ou ao menos em qualquer outro
ponto, que não onde vai estacionar, tire do bagageiro tudo que pretende levar
com você no passeio do pit stop (agasalho, guarda chuva, echarpe, material
fotográfico, lanches etc. TUDO). E, igualmente, guarde tudo que não irá usar,
para que não fique aparente no carro. Isso para que, ao estacionar seu carro
para passear, você não tenha que abrir o bagageiro, mostrado a todos que está
deixando ali um carro cheio de malas! Jamais abra o bagageiro em local que
sairá de perto.
4 4)
Caso
esteja de trem ou ônibus, certifique-se, antes de fazer os planos, se a Estação
possui bagageiros para o tamanho de suas malas (nos sites costumam ter essa
informação), sob risco de você ter que fazer todos os passeios carregando as
malas.
LECCE
Lecce é especial porque é uma das capitais do Barroco
italiano, conhecida merecidamente como a Florença do Barroco ou a Florença do
Sul. Fica no “salto da bota”, bem no sul, na península do Salento, entre o Mar
Jônico e o Mar Adriático.
Os vestígios arqueológicos encontrados em Lecce indicam
sinais desde a Idade do Ferro, pela expansão da Ilha de Creta. Fez parte do
Império Romano e ainda hoje as ruínas das construções romanas podem ser vistas
no centro, como seu Anfiteatro.
Com a queda de Roma, Lecce sofreu várias invasões e passou
sob o domínio dos Bizantinos. Durante esse período a cidade perdeu importância
comercial e somente com a chegada dos Normandos, no ano 1000, recomeçou a
crescer. Foi justamente durante a dominação Normanda foram construídos
importantes monumentos, ainda hoje existentes, como a Catedral (Duomo) e os
mosteiros dei Santi Niccoló e Cataldo e de San Giovanni Evangelista.
Mais tarde, graças ao Imperador Carlos V, Lecce voltou a ser
um dos centros mais importantes do sul da Itália. Em meados de 1600 teve início
a construção dos principais monumentos barrocos que hoje são o símbolo da
cidade.
Importante.: Os moradores fazem a siesta entre 14 e 17hs
O barroco de Lecce
Uma das principais características de Lecce é o uso da
chamada “pietra leccese“, uma rocha calcária muito maleável, de cor branca com
nuances douradas, ideal para a realização de esculturas. O barroco de Lecce foi
muito influenciado pelo estilo espanhol, sendo rico de ornamentações,
principalmente nas fachadas. As tonalidades muito claras dos edifícios dão um
toque único ao centro histórico.
E esse estilo não foi usado somente nas igrejas e palacetes, mas
também nas fachadas das residências particulares.
O que fazer
O centro histórico é relativamente pequeno, ideal para se
conhecer a pé. Possui vários cantinhos charmosos para tomar um vinho Primitivo
(típico da Puglia) ou experimentar o famoso caffè leccese (café, leite de
amêndoas e gelo).
Porta Rudiae: Assim que você ultrapassa a Porta
Rudiae, percebe que a cidade é dourada. Siga ela Via Libertini e vá observando
suas várias Igrejas pelo caminho, bem como lojinhas, cafés e outros. Essa rua é
uma exposição ao ar livre de arquitetura barroca em pietra leccesse.
Entre elas a belíssima Basilica di San Giovanni Battista, do
século XVI-XVII e a Chiesa di Santa Teresa, igreja barroca de 1620.
Duomo e piazza del
Duomo : a exuberante
catedral, construída em 1144 e reconstruída em 1659 em estilo barroco, é sem dúvidas
um dos monumentos mais bonitos da cidade. Fica no final da Via Libertini.
Decorada com vitrais, detalhes em ouro e altar de mármore.
Já a Piazza del Duomo, e uma praça com a característica por
ser quase toda fechada, ou seja, só tem uma entrada (ampla). Os outros 3 lados são
completamente obstruídos por prédios. Na Praça da Catedral, além da igreja de
duas fachadas, vemos também o Palácio Episcopal e o Seminário.
Via Vittorio Emanuele
II : uma das ruas
principais, com fachadas claras e uma pavimentação em pedra. Bistrôs e lojinhas
completam a “decoração”.
Piazza Sant’Oronzo : no fim da Via Vittorio Emanuele II
fica a praça, o coração da cidade antiga. Aqui ficam o Anfiteatro (séc I a.C) e a Colonna
del Santo (coluna romana com o padroeiro).
O anfiteatro foi descoberto apenas no início do século XX por
alguns trabalhadores durante a construção do edifício do Banco da Itália.
Estava todo coberto, embaixo da cidade (ainda não é 100% visível). O anfiteatro
é o indício mais importante do período romano e tinha capacidade para cerca de
14.000 pessoas.
Esse é o coração da cidade e seu ponto turístico mais famoso.
A espetacular praça oval cujo chão é decorado pelo brasão da cidade feito em
mosaico: uma loba embaixo de uma árvore com uma coroa de cinco torres.
Castello Carlo V : perto da Piazza Sant’Oronzo e do
Anfiteatro fica o forte construído pelo imperador Carlos V em meados de 1500.
Chiesa di Santa Croce (Basilica de Santa Cruz): seguindo
pela Via Umberto I, fica a basílica, o monumento barroco mais importante de
Lecce e um dos mais significativos da Itália. A construção foi iniciada em 1353
mas foi terminada somente em 1695. Possui uma riqueza de detalhes na fachada
principal, com uma rosácea e um terraço decorado com cariátides. Já em seu interior,
possui um padrão renascentista.
Palazzo dei Celestini : fica ao lado da igreja, foi um
antigo mosteiro da ordem dos celestinos. Hoje é sede de órgãos do governo. É lindíssimo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário