segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Matera - a cidade presépio


Maio/2019

Uma cidade espetacular, que eu conheci em um roteiro explorando o sul da Itália. Comecei por Matera, depois segui para Alberobello e arredores. Dali fui para a Puglia, Calabria e Taormina, na Sicilia. Foi um roteiro apaixonante, que em breve estará todo aqui detalhado!


Matera - A cidade que mais parece um presépio!



Sem dúvida alguma é uma cidade completamente diferente de tudo o que eu já havia visto na vida! Se o que você procura é uma cidade única, esse é local!

A cidade é linda, mas é um beleza bem menos óbvia. Na verdade ela não é linda propriamente dita, mas tem uma riqueza histórica tão imensa, uma imersão na antiguidade, tão impressionante, que é impossível não ficar impactado por ela.

Seu centro histórico é um emaranhado de casinhas/cavernas, quase um sobre a outra, todas em um tom de ocre. Um olhar apressado diria que é excessivamente monocromática e sem atrativos. Mas basta entender que você está diante da terceira cidade habitada, mais antiga do mundo (depois de Jericó e Biblos, no Líbano), e entender que ela foi mantida exatamente como era no passado, para então compreender a imensidão e a beleza daquilo que está na sua frente. É a mais antiga cidade habitada de toda a Europa!

Naquela época, os homens se abrigavam em cavernas esculpidas nas rochas ou em grutas. As cavernas eram escavadas de modo caótico, umas sobre as outras, formando um imenso labirinto de “sassi”. Essas casas de pedras são chamadas de Sassi, que significa “pedra”.

Matera é um dos tesouros mais instigantes da Italia! Também é conhecida como “Cidade Subterrânea” foi construída na borda de um desfiladeiro rochoso, na região de Basilicata, no sul da Itália ainda na pré-história.

Muitos anos depois, entre os séculos VIII e XIII, monges membros da igreja greco-bizantina passaram a se refugiar nessas cavernas após serem expulsos do seu território. Isso explica a grande quantidade de igrejas rupestres construídas dentro das cavernas de Matera. Visitar a cidade é uma volta no tempo! É incrível como a fundação da cidade permanece praticamente intocada ao longo de tantos séculos.

Depois do século XVII a cidade alta começou a se desenvolver. Surgiram grandes mansões, conventos, palacetes, monastérios. Foi criado um sistema hidráulico inovador para abastecer a cidade com água e garantir a distribuição com facilidade, já que ela fica num desfiladeiro. Esse sistema pode ser visitado e é muito interessante!


História da cidade

Até o início do século 19, Matera era uma próspera cidade rural e capital regional da Basilicata – o salto da bota italiana. Mas com a mudança da capital para Potenza, o prestígio acabou e a cidade foi empobrecendo.

As famílias que ficaram viviam aglomeradas...famílias numerosas e animais viviam em conjunto no interior dessas cavernas (chamadas de Sassi). Claro que doenças como malária, febre e outras, tornam-se uma ameaça em razão da falta de saneamento básico, de luz e de água encanada. Para coletar água, eles usaram por muito tempo as áreas comunais, além de cisternas públicas. Trabalhavam nos campos, tinham seu próprio dialeto, mas estavam isolados.

Até os anos 50 cerca de 40 mil pessoas viviam nas casas grutas, numa média de 9 pessoas por caverna, além dos animais. Por causa dessas baixas condições de higiene, a taxa de mortalidade era muito elevada. Por esse motivo, Matera foi considerada uma vergonha nacional.

Interior da Casa Grotta

Em 1952 o Estado italiano ordenou que as casas gruta do centro histórico de Matera fossem desocupadas e os habitantes transferidos para outras habitações construídas pelo governo. Assim, Matera até o início dos anos 80 era praticamente uma cidade fantasma.

Apesar dos planos de implodir o local, o que aconteceu foi que, pouco a pouco, ao longo dos anos 1970 a 1990, jovens, artistas e empresários voltaram a viver nos Sassi, reformando as antigas habitações.

Após 1993, com os Sassi tendo se tornando Patrimônio da Unesco, as coisas mudaram bastante, sobretudo no que diz respeito ao turismo. Muitas das casas-gruta se tornaram lojas de souvenir, restaurantes e hotéis, desde os mais simples até 5 estrelas.

Hoje em dia, famosa justamente pelos Sassis, que antes eram motivo de vergonha, possui agora paisagens de tirar o fôlego.

Em 2019 foi escolhida como uma das capitais culturais da Europa.


Entendendo a cidade

A parte antiga é dividida em três áreas: a Civita e o Piano formam parte mais alta, onde ficam as grandes igrejas e alguns palácios. E dos dois lados, circundados por um vale, estão os Sassi (ou pedras), as áreas residenciais, construídas fora dos muros da Civita, com as casas umas em cima das outras, escavadas nas rochas.

São o Sasso Barisano, mais organizado, conhecido por ter vários elementos mais artísticos, e o Sasso Caveoso, onde há bem mais cavernas.

O Sasso Caveoso é a área virada para sul. As cavernas são construídas uma sobre a outra, em cima de uma pedreira aberta antiga, formando uma arquitetura semelhante a um anfiteatro clássico. 




O Sasso Barisano é a área que dá para o norte. As casas são desenvolvidas à beira de um precipício profundo.



Onde se hospedar

Dentro da cidade histórica, região dos sassis, existem diversas opções de hospedagem e para todos os bolsos e para todos os gostos. Muitos, inclusive, são sassis, transformados em casas, pousadas ou mesmo hotéis.

Mas você tem que prestar MUITA ATENÇÃO, se quiser se hospedar numa dessas, sem dúvida, charmosas opções.

Para o turista europeu, que viaja geralmente com uma mochila apenas, tudo é fácil. Já para nós brasileiros, que viajamos de longe, geralmente levando malas, a questão da entrada e saída da acomodação, bem como garagem (se estiver de carro), fazem toda a diferença.


 


Existem hotéis que ficam na parte alta da cidade e que tem acesso a carro. Mas, para ficar nas lindas e acessíveis casas espalhadas pelos sassis, lembre-se que VOCÊ NÃO PODERÁ CHEGAR DE CARRO! Sim, a cidade é cheia de ruelas de pedras, com subidas, descidas e escadas. Não entra carro, tuk tuk, moto e nem bicicleta! E mesmo que pela metragem pareça perto, lembre que será essa distância, geralmente subindo ou descendo, porque a cidade é quase inteiramente subindo ou descendo! Vi muita gente andando por lá, carregando malas para cima e para baixo e posso garantir que não pareciam muito satisfeitos....rsrs.

Eu preferi não me arriscar e fiquei numa casa alugada pelo Airbnb, que ficava cerca de 2 km dos Sassis, num local bem ermo. Não indico porque acabei achando ermo em excesso. Mas qualquer local fora dos Sassis, no entorno do Centro Histórico, é interessante.

Se estiver perto o suficiente para ir a pé, melhor ainda. Caso contrário, você estaciona seu carro em algum dos estacionamento pagos no entorno.

Para ter uma referência, a rua de acesso a Piazza Vittorio Veneto é a Via Luigi Lavista. Há opções de hospedagem e estacionamento por ali. Já a Via Emanuelle Duni é a rua de acesso ao centro histórico iniciando o roteiro pelo fim (Palazzo Lanfrachi). Use essas referências caso queira hospedagem próxima ao Centro Histórico.



Roteiro de visita

Vittorio Veneto – Palomaro Lungo – San Nicola Del Greci – Sassi in miniatura – Matera Cathedral – Casa Noha – Musma – Piazza del Sedile – San Pietro Caveoso - Santa Maria de Idris e San Giovanni – Santa Lucia alle Malve – Belvedere de Piazza Giovanni – Palazzo Lanfranchi - Casa Grotta

Fora do Centro: Castelo Trasmontano e Parco dela Murgia



Piazza Vittorio Veneto (cidade alta) : É o coração da cidade, lugar onde normalmente os habitantes se encontram. A partir da praça você pode apreciar a vista da Sasso Barisano. 






Também o ponto de partida de um caminho subterrâneo escavado na rocha, que consiste em casas, lojas, cisternas e poços. Na praça há também lojas de roupas, de souvenirs e bares onde se pode desfrutar de um excelente café.

Fica também nessa praça uma espécie de "shopping", que é um prédio alto que tem uma sala de cinema, restaurante e um café. No terraço desse prédio, no café, você pode saborear um cappuccino ou uma taça de vinho, com uma linda vista da própria praça e também do Sassis.

"shopping"

Vista do Café

Não só ali, mas em cada praça dessa cidade, existe um balcão panorâmico para se ser ver a parte baixa da cidade (Sasso Caveoso e Sasso Barisano). Ao longo da caminhada você vai passar por algumas portas antigas, pelo Castelvecchio e pelo Palazzo Ridola até chegar na Catedral.


Numa ruazinha que sai desse ponto, está o restaurante Il Terrazzino, onde jantamos no horário do anoitecer. Fizemos reserva durante o dia, para garantir uma mesinha ao lado do balcão com vista. A comida é boa, os preços bem razoáveis e uma vista linda. Quando anoitece, com tudo iluminado, fica parecendo mesmo um presépio de natal!

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Il Terrazzino



Palombaro Lungo : O Palombaro Lungo é uma enorme cisterna escavada na Piazza Vittorio Veneto, utilizada nas primeiras décadas do século passado para a coleta de água. O nome vem da palavra latina “Plumbarius” usado para indicar aqueles que revestiam de chumbo os tubos dos aquedutos ou então que trabalhavam no setor hidráulico. A cisterna foi construída em 1846 como uma reserva de água para os habitantes do Sasso Caveoso e para o Castelo Tramontano.

É possível visitar a cisterna percorrendo um caminho a cerca de 17 metros de profundidade  e que permite desfrutar os ambientes desta maravilhosa obra de engenharia hidráulica.


Mas atenção! As visitas têm horários bem precisos. Ela fica aberta todos os dias mas só pode entrar em tours guiados (em italiano ou em inglês) e com um número limitado de participantes. O bilhete custa 3 euros e a visita dura 25 minutos. É imprescindível que você, caso queira visitar, vá logo ao guichê para comprar seu ticket, escolhendo o horário adequado aos seus planos. É bastante difícil conseguir chegar e comprar para o tour seguinte. Vá, escolha o horário, garanta sua visita e se organize para cumprir esse horário.


San Nicola dei Greci e Madonna delle Virtù : Trata-se de um complexo rupestre composto por duas igrejas, a da Madonna delle Virtù e a de San Nicola dei Greci. Essa construção é um excelente exemplo da típica “arquitetura negativa” de Matera: as construções eram feitas para dentro das rochas, escavando as pedras. Lá dentro também dá para ver parte do sistema interconectado de cisternas para coleta de água da chuva – e ainda tem os tanques antigos de produção de vinho.

A igreja da Madonna das Virtudes é totalmente esculpida na pedra calcária, mas com todas as características arquitetônicas típicas de uma basílica de três naves em estilo românico. Lindos afrescos decoram a área central.


    
Acima da igreja da Madonna delle Virtù surge a igreja gruta de São Nicolau dos gregos, construída em torno do século IX em estilo bizantino-Oriental. A igreja tem uma estrutura de duas naves com tantas finais absides, enriquecida à direita pela representação da crucificação e à esquerda por representações de Santa Barbara, San Pantaleone (século XII) e São Nicolau (XIV século).


Sassi in Miniatura: O trabalho artesanal de escultura em calcarenito-a rocha local-reproduz fielmente as ruas vielas e vicos com rara fidelidade. Souvenirs entalhados como a cidade também estão disponíveis para venda. A entrada é gratuita e é rapidinho.


Catedral de Matera: A Catedral de Matera fica na parte mais alta do centro histórico, numa colina do bairro da Civita. Ela domina o centro histórico, tanto que pode ser vista já de longe. A construção da catedral iniciou em 1230, terminando em 1270, e há quase oito séculos essa beleza da cor de marfim se destaca em meio aos Sassi, magnífica e imponente, exatamente como queriam aqueles que a mandaram construir.




Dizem que a catedral tem duas almas: o externo conserva a sobriedade do estilo românico do século XIII e em cuja fachada domina uma enorme rosácea. A parte interna, por várias vezes modificada, é um triunfo do barroco, entre estuques, telas, esculturas e elementos dourados.

A Catedral de Matera fica aberta todos os dias, das 9 às 19h.


MUSMA (para quem gosta e tiver tempo) : O MUSMA – Museu da Escultura Contemporânea de Matera – é um lugar imperdível para quem aprecia esta arte. São mais de mil metros quadrados de salas escavadas na rocha, nas quais estão expostas mais de 250 obras de artistas italianos e de outros países do mundo. Há esculturas em bronze, tufo, madeira, ferro, mármore e cerâmica, desenhos, incisões, medalhas e livros de arte.

O Museu da Escultura Contemporânea fica em um dos edifícios mais significativos de Matera, o Palazzo Pomarici, também chamado de palácio das cem salas, no coração do Sasso Caveoso

O MUSMA fica aberto de terça a domingo, das 10 às 14h e das 16 às 20h. O bilhete custa 5 euros.


Casa Ortega e Casa Noha (se der tempo) : A Casa Ortega testemunha a presença do grande artista espanhol José Ortega em Matera. O edifício tem vinte baixo-relevos coloridos que o pintor criou em 1975, em Matera, usando a mais popular técnica de artesanato local: papel machê.

A Casa Noha oferece uma sugestiva viagem multimídia à descoberta da alma de Matera através de um percurso tecnológico que leva o visitante pelos becos e escadarias da cidade, em uma caminhada urbana dividida em cinco rotas, associadas com cinco elementos: água, pedra, luz, tempo e espírito.


Piazza del Sedile : A Piazza del Sedile sempre desempenhou um papel central para a cidade de Matera. No passado, ela representava o coração político da cidade e hoje é um lugar muito frequentado, principalmente durante as noites de verão. A praça hoje é cercada por lojas e bares, onde antigamente ficavam armazéns e oficinas.

Na praça fica o palácio que leva o mesmo nome, o Palazzo del Sedile, que hoje em dia é sede de um conservatório. Prestando atenção no topo do edifício, notamos duas estátuas. Eles representam os patronos da cidade de Matera: da esquerda para a direita, Santo Eustáquio e a Madonna Bruna.

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Vale a pena uma parada por ali, para curtir o clima agitado da cidade e tomar um drink enquanto descansa as pernas de subidas e descidas pelos sassis.




 San Pietro Caveoso: A Igreja de San Pietro Caveoso foi construída em 1218, mas muito modificada ao longo dos anos. A entrada é gratuita, mas a melhor parte da visita é a vista da praça que fica em frente à construção.

Ao lado de San Pietro Caveoso fica uma grande rocha. E no topo dessa rocha, além da vista incrível, está a entrada para outra igreja-caverna, a Dell’Idris Madonna e San Giovanni Monterrone.

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Santa Maria de Idris e San Giovanni : A igreja de Santa Maria de Idris é um templo rupestre com afrescos do século XII escavado no cume do Monte Errone, dominando o Sasso Caveoso.

A igreja aparentemente deve o seu nome à devoção com a qual as mulheres imploravam a Virgem Maria em épocas de seca. Idris, além de significar “aquela que mostra o caminho”, do grego Odigitria, poderia se referir também à água que jorrava da rocha. Não pare no primeiro ambiente da igrejinha, mas siga pelo túnel que leva à verdadeira jóia: a Cripta rupestre de São João Monterrone com afrescos extraordinários que datam do século XII e que mostram claramente a influência da arte bizantina.



Essa Igreja é absolutamente incrível! Porque é como se ela fosse parte da rocha. Ela é linda e a vista a partir dela também é linda!

Uma dica: Do alto da igreja também se tem um outro ponto panorâmico de Matera. 




Belvedere Guerrichio : onde tem o melhor por do sol


Palazzo Lanfranchi : O Palazzo Lanfranchi é a maior expressão da arquitetura barroca em Matera. Nele fica a sede do Museu Nacional de Arte Medieval e Moderna da Basilicata, onde se destaca a sessão dedicada às trezentas obras da escola napolitana de pintura e aquelas dedicadas ao escritor Carlo Levi, entre cujas telas de destaca a famosa Lucania 61, celebração do mundo camponês e da realidade da região.




Logo ao lado do Palácio há um mirante com uma vista primorosa dos Sassis.



O Palazzo Lanfranchi fica na piazzetta Pascoli, 1. Fica aberto todos os dias, das 9 às 20h. O bilhete custa 3 euros.


Casa Grotta: é uma casa que fica bem no meio do Sassi Caveoso. Ali é possível fazer a visitação do interior de uma casa, tal qual era nos tempos antigos. É uma visita rápida e interessante. O ambiente é recriado, possibilitando ver como era a casa de uma família, sem saneamento básico e dividindo espaço até com animais de grande porte, como burros ou cavalos.




Castelo Tramontano : A construção do castelo Tramontano iniciou no início do século XVI, no alto de uma colina, mas nunca terminou por causa de uma conjuração que ocorreu em 1515, durante a qual morreu o conde Giorgio Tramontano, a pessoa que tinha ordenado o início das obras. O conde era um déspota e foi assassinado enquanto saía da catedral. Fica fora da parte histórica dos sacis e pode ser visitado de carro, quando você estiver chegando ou saindo da região dos sassis.



  
Parco della Murgia : Deixando para trás a beleza do centro histórico de Matera, podemos admirar um outro lado da cidade, um cenário natural lindíssimo. Dirigindo até o Belvedere Murgia Timone, chegamos ao Parque Regional Arqueológico Histórico Natural das Igrejas Rupestres de Matera.



O local tem grande valor histórico e, de quebra, se tem lindas vistas de Matera de lá.

São cerca de 8000 hectares caracterizados por canyons profundos, cascatas, trilhas e grutas naturais utilizadas pelo homem desde a pré-história. Possui cerca de 150 igrejas rupestres, entre as quais se destaca a Cripta do Pecado Original, também conhecida como Cripta dos Cem Santos, com afrescos do século IX que retratam episódios do Livro de Gênesis (considerada a “capela sistina” rupestre).

O panorama das grutas do Parco della Murgia visto de Matera.

Uma curiosidade sobre este lugar: ali foram filmadas as cenas da Crucificação de Jesus e do Sermão do Monte das Oliveiras no filme Paixão de Cristo, de Mel Gibson.

Entre as outras igrejas rupestres do parque da Murgia, estão a igreja de Madonna delle Croci, San Nicola all’Ofra, San Vio, la Madonna degli Angeli, além das criptas de Sant’Eustachio, Cristo La Selva, Madonna di Monteverde, etc.

Restaurantes com vista: 

- L’Antica Credenza ( Via San Francesco 75100), costuma ser indicado, mas acabei não indo.
- Il Terrazzino (Vico San Giuseppe, 7) - vista espetacular. Merece fazer reserva de mesa no balcão. Não fica frio, porque tem um toldo transparente fechando nas noites frias.

O que comer em Matera: o que se come em todo o Sul...produtos frescos. Uma das tradicionais opções são as Latteria.  Elas são como um açougue/mercearia com mesas e cadeiras onde você escolhe um corte de carne e eles preparam para você na hora. Uma boa opção é a linguiça pezzente, um Slow Food feito com carne de porcos selvagens.



Passeio por perto: Cidade de Altamura

Caso você tenha mais tempo em Matera, outra cidade próxima que vale a pena ser visitada é Altamura. É graciosa, mas realmente só vale em caso de haver tempo de sobra. 


ALTAMURA

Altamura é um lugar onde natureza, história, cultura e gastronomia se entrelaçam. Um destino que oferece diferentes e interessantes itinerários culturais e gastronômicos, onde o pão é sempre protagonista. 

Para vocês terem uma ideia do renome e da importância do pão de Altamura, já no ano 37 a.C., o poeta Horácio afirmou que ali se encontrava “o melhor pão do mundo, tanto que o viajante sábio leva consigo uma quantidade dele na continuação da viagem”. Bom, isso é a fama. Provei o tal pão de Altamura em uma das fornerias mais tradicionais. Achei um pouco duro, meio seco e, na minha opinião, longe de valer uma visita por causa dele. Mas, não deixa de ser uma curiosidade!




O nome Altamura deriva de “altus murus”, ou seja, das muralhas megalíticas do século VI a.C., que serviam para defesa da cidade. 



Altamura ficava em um território muito fértil, rico de campos de trigo, vinhedos e olivais. Por esse motivo era muito desejada por Taranto, que tentava conquistar todo o território. Na época, Altamura tinha três faixas de muralhas: a externa, de origem megalítica, imensa, a do meio (que hoje não existe mais) e a interna, que atualmente circunda o centro histórico. Todas as três coincidiam na porta Matera.


Corso Federico II

O Corso Federico II é a rua principal do centro histórico de Altamura e o atravessa completamente, da Porta Bari à Porta Matera. A rua é repleta de bares e lojas e onde a população passeia nos fins de tarde.  Você pode percorrer a inteira rua, indo de uma ponta à outra, observando os lindos palácios.






Catedral de Santa Maria Assunta

A Catedral de Altamura, foi construída por Frederico II entre 1232 e 1254. Em parte destruída, provavelmente por um terremoto, foi reconstruída em 1316. É um belo conjunto arquitetônico e denota leveza e agilidade.
 
No exterior é possível admirar o portal, ladeado por dois leões do século XVI, as duas grandes torres campanárias e, no meio, uma magnífica rosácea de 15 raios com um anel ricamente esculpido.



Os claustros e vielas

Basta um rápido passeio pelo centro histórico de Altamura para que a gente se dê conta que a parte antiga tem uma forma muito peculiar, cheia de becos que lembram bairros árabes, outros em estilo grego. A particularidade destes becos é que alguns terminam em pátios bem mantidos pelos habitantes, repletos de plantas e flores.

Antigamente esses claustros se tornavam verdadeiras escolinhas, onde as professoras eram as mulheres mais velhas do condomínio, que ensinavam as meninas a fazer os diversos tipos de macarrão e a costurar.

Os fornos e padarias tradicionais

No centro histórico de Altamura restam ainda três padarias históricas, onde é possível degustar o famoso pão da cidade. Um deles é o Antico Forno Santa Chiara, que é datado de 1423. É um dos primeiros fornos públicos de Altamura, utilizados para assar o pão típico.




Dentro da padaria há um imenso forno a lenha onde as pessoas podiam levar o próprio pão feito em casa para assar. As mulheres deixavam o pão “na fila” e voltavam mais tarde para pegá-lo, já pronto. Hoje em dia, as padarias viraram verdadeiras atrações turísticas onde é possível comprar todos os produtos típicos de forno da região.

Endereços:
  • Forno Santa Chiara: Via Luca Martucci
  • Panificio Fratelli di Gesù: Via Pimentel, 17
  • Forno Santa Caterina: Via Ambrogio del Giudice, 2

O homem de Altamura

Em 1993, durante a exploração de uma caverna chamada Gruta de Lamalunga, nos arredores de Altamura, alguns espeleólogos encontraram um esqueleto incorporado na formação de calcário. Após uma pesquisa muito minuciosa, foi confirmado que se tratava dos restos perfeitamente preservados de Homo sapiens neanderthalensis (que datam do período paleolítico médio, cerca de 200.000 anos atrás): único caso de esqueleto humano paleolítico. Ele foi apelidado de Homem de Altamura.

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No Museu Arqueológico, onde há uma série de achados arqueológicos que remontam ao período entre os séculos VIII e V a.C., há uma reprodução hiper-realista do homem de Altamura: é um modelo em escala real (1,60m de altura).

O que comer em Altamura

Não tem só pão para comer em Altamura! Um doce típico é a “tetta di monaca” (seio de freira!), um bolinho macio recheado com creme chantilly.

Para quem não teme o alto teor alcoólico, um licor digestivo renomado é o Padre Peppe (feito com nozes) cuja receita é atribuída a um frade do século XVII, daí o nome. É muito, muito forte.

Nos restaurantes você encontrará pratos com cogumelos cardoncelli, produtos espontâneos da Murgia, deliciosos e carnosos. O planalto da Murgia oferece também o melhor cordeiro da região, que é o destaque da gastronomia de Altamura.

Outro produto delicioso são as linguiças, que não são preparadas com carne moída, mas picadinha com a faca, uma especialidades de açougueiros locais.



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