Brighton
Em
Orgulho e Preconceito, a aclamada escritora Jane Austen, contemporânea do
príncipe George, descreveu a cidade através dos olhos de Lydia, a espevitada
irmã mais nova da protagonista, Elizabeth:
“Na
imaginação de Lydia, uma visita a Brighton compreendia todas as possibilidades
de felicidade terrena. Ela via, com o olhar criador da ficção, as ruas daquela
alegre cidade balneária repletas de oficiais. Imaginava-se o centro de atenção
de dezenas e centenas deles. Via todos os esplendores do campo militar, as
barracas estendendo-se em belas filas regulares, povoadas de jovens alegres,
resplandecentes nas suas túnicas vermelhas; para completar a cena, via a si
mesma sentada sob uma dessas barracas, namorando pelo menos seis oficiais ao
mesmo tempo.”
A cidade de Brighton fica a cerca de 60 minutos de trem de Londres, a charmosa Brighton é tida como uma
das mais liberais cidades britânicas. No final do século 18, o local evoluiu de
um simples vilarejo de pescadores a um destino de férias da elite britânica.
Em
1787, quando o notório fanfarrão da família real britânica, o príncipe regente
George IV, chegou à cidade para construir um retiro à beira-mar – o
belíssimo Royal Pavilion – o bucólico destino litorâneo nunca mais foi o mesmo.
Outro fato histórico que ajudou na consolidação da cidade como paraíso à beira
mar foi a construção da ferrovia em 1861.
George
IV visitou Brighton pela primeira vez em 1783, quando tinha 21 anos. Ele havia
sofrido uma crise de gota e foi aconselhado a respirar ar puro e a se banhar no
mar para se recuperar. Em 1786, ele decidiu adquirir uma residência em Brighton
e o arquiteto Henry Holland foi contratado para transformar a então simples
casa de praia. O local se tornaria o Royal Pavillion.
Em
1811, George foi empossado como Príncipe Regente, pois seu pai, Jorge III, foi
considerado incapaz de atuar como monarca. Naquela época, o local ainda era um
edifício modesto, não adequado para os grandes eventos sociais e entretenimento
que George adorava. Então ele contratou John Nash, um designer de teatro e
arquiteto, para aprimorar o Pavilhão. Essas mudanças ocorreram de 1815 a 1822 e
o exterior foi transformado pela adição de minaretes, cúpulas e pináculos de
inspiração indiana no exterior.
Nenhuma
despesa foi poupada: o interior com muitos quartos, galerias e corredores foi
cuidadosamente preenchido com decoração opulenta e mobiliário requintado. Esses
espaços demonstram o amor do príncipe pela arte e design asiáticos. Isso mais
tarde ficou conhecido como chinoiserie, um estilo inspirado na porcelana, seda
e laca importados da China, Japão e outros países da Ásia.
A
corte do príncipe o acompanhou e também ergueu casas próximas da orla, em um
estilo arquitetônico que ficou conhecido como regencial. Tudo isso mudou
drasticamente a paisagem da cidade, cuja população saltou de 3 mil em 1786 para
40 mil em 1831.
Brighton
virou um lugar de festas, jogos e certa libertinagem. George teve um casamento
infeliz e uma série de amantes. A mais especial delas, Maria Fitzherbert,
ganhou uma casa convenientemente perto do Pavilion. Mas, em 1820, a vida do
príncipe regente mudou de novo e ele virou o rei George IV. Os afazeres reais e
a saúde, cada vez mais frágil, o afastaram do palácio.
Ele
morreu em 1830, deixando o trono para o irmão, Guilherme IV, um sujeito pacato
e menos glamouroso, mas que também curtiu o Royal Pavilion. Já a sobrinha e
herdeira, a jovem Victoria, por sua vez, era muito mais família e recatada que
o tio mais velho e se sentia desconfortável naquele “pequeno” e extravagante
palácio. Acabou vendendo a propriedade à cidade de Brighton, que viria a
transformá-lo em museu.
Royal
Pavillion: É
um palácio real, mas não pertence à monarquia, e sim ao município e,
consequentemente, ao povo. É um símbolo de uma Inglaterra que queria dominar o
mundo e de uma realeza que não sabia mais o que fazer com tanto dinheiro. É a
pedra fundamental de uma das cidades mais liberais do planeta. É um
passeio imperdível para quem visita a cidade.
Aberto diariamente das 9h30 às
17h45, o ingresso pode ser adquirido até às 21h30 da noite anterior à visita
pela internet por valores mais em conta do que no guichê do museu.
O
valor da entrada para adultos é de £ 15 e para crianças e adolescentes
(idades entre 5 e 18 anos) é de £ 8,10. Já bilhetes para a família – dois
adultos com até duas crianças é £ 35.10 e um adulto com até duas crianças, £
21,60.
Brighton Palace Pier: As primeiras máquinas do parque de diversão chegaram
em 1905, e até hoje o píer conserva essa atmosfera do começo do século passado.
À beira mar com uma característica
em comum: cores vibrantes piscando, máquinas de bichos de pelúcia, vendedores
de balões, quiosque de comidas gordurosas e açucaradas, crianças eufóricas e
brinquedos diversos – de roda gigante a carrinhos de bate-bate… Todas essas
particularidades misturadas formam uma atmosfera de clima tão descontraído e
alegre que não se divertir é praticamente impossível.
A montanha russa oferece uma linda vista da orla.
Inaugurado
em 1889, o local é uma das atrações turísticas mais famosas da cidade e parte
do que torna a orla marítima tão popular: mais de 3 milhões de pessoas passam
por ali todos os anos! Há montanha-russa, carrosséis, máquinas de jogos,
algodão doce, cachorro-quente e gaivotas ladras.
Para
os antenados: muitos livros, filmes e séries de TV se referem a este píer e o
usam em suas produções cinematográficas, um deles é o sucesso de Tim Burton:
“Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.
Para
conhecer o local, é possível entrar e caminhar até o final do caís sem pagar
entrada e comprar comidas e bebidas. Já para brincar no parque de
diversões, o valor do ingresso possui desconto de 25% se comprado
antecipadamente pela internet para brincar ilimitadamente nos por um dia: £ 20
para adultos e £ 12 para crianças.
Torre de observação
British Airways i360:
Em agosto de 2016,
a torre foi aberta ao público em Brighton com 137 metros de altura. Projetada
pela Marks Barfield Architects, a empresa por trás do icônico London Eye, a
torre transporta 200 visitantes por vez para contemplar as vistas da cidade de
Brighton, costa de Sussex e do Canal da Mancha. Esta é considerada a torre de
observação mais alta do mundo no momento.
Com
18 metros de diâmetro e pesando 94 toneladas, a cápsula de observação é dez
vezes maior que as cápsulas do London Eye. Construída em vidro duplo feito à
mão, fornece um panorama total de 360 graus da paisagem circundante, com
vistas de até 40 km de
distância.
Uma
vez dentro do ‘casulo’, os passageiros podem andar livremente ou se sentar e
apreciar a paisagem e até tomar bons drinks no bar. O passeio completo dura
cerca de 25 minutos.
Os
ingressos para a torre custam £ 7,40 para crianças e £ 15 para adultos. Para agendar em comprar online, clique AQUI
Banksy
em Brighton: Uma
das obras mais aclamadas deste misterioso artista de rua, polêmico, controverso
e respeitado do mundo está em Brighton. Na parede externa do pub Prince Albert
está o icônico mural ‘Kissing Policemen’, uma saudação provocativa e bem humorada
contra a homofobia feita em 2004.
O
trabalho que mostra dois policiais apaixonados tornou-se um santuário para os
fãs do misterioso grafiteiro inglês e uma parada regular na rota turística de
Brighton. Mas embora o beijo lascivo permaneça no local, atualmente é apenas
uma cópia do original em meio a um mural em homenagem a artistas britânicos. Em
2008, depois de repetidos ataques à obra de arte, que a deixaram seriamente
danificada, Chris Steward, o proprietário do pub vendeu o original por uma
quantia considerável, estimada entre US $ 500 mil e US $ 700 mil.
Para
retirar a obra do local, uma empresa especializada em restauração de arte usou
produtos químicos para transferir a imagem para uma tela e o original foi
substituído por outro estêncil e envolto em acrílico.
Embora
os trabalhos do artista sejam bastante variados, todos possuem características
em comum: são feitos na calada da noite em locais públicos, têm forte cunho
político e social e abordam questões da atualidade.
Lanes
e North Laine: é
o coração hipster da cidade. O bairro mais legal para comer, beber, fazer
compras e andar por aí é o Lanes e seu vizinho de cima, North Laine. Trata-se
de uma charmosa área de ruas estreitas e casinhas geminadas convertidas em
lojas, cafés, bares e afins.
Há lojas de discos robustas, como a Rarekind e a
Resident, que dedica boa parte do espaço a CDs, essa mídia quase esquecida no
resto do mundo, mas não na “cidade mais hipster de todas”. Os
brechós merecem uma visitinha. Em um deles, To be Worn Again.
Restaurante
vegetariano Terre à Terre: Localizado
na divertida área de Lanes, há 24 anos existe um dos melhores restaurantes vegetarianos que
qualquer apaixonado por carne poderia desejar. Isso mesmo. No Terre à Terre os
pratos são tão deliciosos, bem temperados e bonitos que nem mesmo o maior dos
carnívoros sentirá falta de carne em sua refeição.
Altamente
recomendado pela imprensa, sua abordagem criativa e divertida da culinária
vegetariana garante que o cardápio mostre uma seleção de pratos exóticos e
inovadores. Definitivamente, o local nunca poderia ser acusado de ser um
restaurante vegetariano chato: tudo no menu parece interessante e incomum e é
preciso ler a descrição de cada item para ter uma compreensão adequada de cada
prato oferecido.
Esqueça
as saladinhas convencionais, no restaurante os pratos são confeccionados como
se fossem verdadeiras obras de arte e tudo com preços acessíveis ao bolso –
mesmo para com a diferença de câmbio entre real e libra.
English’s
of Brighton: é
o mais tradicional e o mais antigo restaurante de frutos do mar da cidade, fica
em uma pracinha fofa do bairro e, apesar de seu ambiente estiloso, meio Belle
Époque, é um lugar acolhedor e familiar. Nas paredes, há fotos autografadas de
artistas que por lá passaram, de Charlie Chaplin a Judy Dench.
A
principal Parada LGBTQ + do Reino Unido
Brighton
tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil
pessoas vão à cidade para o Brighton Pride. A Parada LGBTQ + é um dos maiores e
mais incríveis eventos do calendário da cidade e a principal passeata de
orgulho gay de todo Reino Unido.
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