terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Brighton - a praia predileta dos britânicos


Brighton


Em Orgulho e Preconceito, a aclamada escritora Jane Austen, contemporânea do príncipe George, descreveu a cidade através dos olhos de Lydia, a espevitada irmã mais nova da protagonista, Elizabeth:

“Na imaginação de Lydia, uma visita a Brighton compreendia todas as possibilidades de felicidade terrena. Ela via, com o olhar criador da ficção, as ruas daquela alegre cidade balneária repletas de oficiais. Imaginava-se o centro de atenção de dezenas e centenas deles. Via todos os esplendores do campo militar, as barracas estendendo-se em belas filas regulares, povoadas de jovens alegres, resplandecentes nas suas túnicas vermelhas; para completar a cena, via a si mesma sentada sob uma dessas barracas, namorando pelo menos seis oficiais ao mesmo tempo.”


A cidade de Brighton fica a cerca de 60 minutos de trem de Londres, a charmosa Brighton é tida como uma das mais liberais cidades britânicas. No final do século 18, o local evoluiu de um simples vilarejo de pescadores a um destino de férias da elite britânica.

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Em 1787, quando o notório fanfarrão da família real britânica, o príncipe regente George IV,  chegou à cidade para construir um retiro à beira-mar – o belíssimo Royal Pavilion – o bucólico destino litorâneo nunca mais foi o mesmo. Outro fato histórico que ajudou na consolidação da cidade como paraíso à beira mar foi a construção da ferrovia em 1861.

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George IV visitou Brighton pela primeira vez em 1783, quando tinha 21 anos. Ele havia sofrido uma crise de gota e foi aconselhado a respirar ar puro e a se banhar no mar para se recuperar. Em 1786, ele decidiu adquirir uma residência em Brighton e o arquiteto Henry Holland foi contratado para transformar a então simples casa de praia. O local se tornaria o Royal Pavillion.

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Em 1811, George foi empossado como Príncipe Regente, pois seu pai, Jorge III, foi considerado incapaz de atuar como monarca. Naquela época, o local ainda era um edifício modesto, não adequado para os grandes eventos sociais e entretenimento que George adorava. Então ele contratou John Nash, um designer de teatro e arquiteto, para aprimorar o Pavilhão. Essas mudanças ocorreram de 1815 a 1822 e o exterior foi transformado pela adição de minaretes, cúpulas e pináculos de inspiração indiana no exterior.

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Nenhuma despesa foi poupada: o interior com muitos quartos, galerias e corredores foi cuidadosamente preenchido com decoração opulenta e mobiliário requintado. Esses espaços demonstram o amor do príncipe pela arte e design asiáticos. Isso mais tarde ficou conhecido como chinoiserie, um estilo inspirado na porcelana, seda e laca importados da China, Japão e outros países da Ásia.

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A corte do príncipe o acompanhou e também ergueu casas próximas da orla, em um estilo arquitetônico que ficou conhecido como regencial. Tudo isso mudou drasticamente a paisagem da cidade, cuja população saltou de 3 mil em 1786 para 40 mil em 1831. 


Brighton virou um lugar de festas, jogos e certa libertinagem. George teve um casamento infeliz e uma série de amantes. A mais especial delas, Maria Fitzherbert, ganhou uma casa convenientemente perto do Pavilion. Mas, em 1820, a vida do príncipe regente mudou de novo e ele virou o rei George IV. Os afazeres reais e a saúde, cada vez mais frágil, o afastaram do palácio.

Ele morreu em 1830, deixando o trono para o irmão, Guilherme IV, um sujeito pacato e menos glamouroso, mas que também curtiu o Royal Pavilion. Já a sobrinha e herdeira, a jovem Victoria, por sua vez, era muito mais família e recatada que o tio mais velho e se sentia desconfortável naquele “pequeno” e extravagante palácio. Acabou vendendo a propriedade à cidade de Brighton, que viria a transformá-lo em museu.






Royal PavillionÉ um palácio real, mas não pertence à monarquia, e sim ao município e, consequentemente, ao povo. É um símbolo de uma Inglaterra que queria dominar o mundo e de uma realeza que não sabia mais o que fazer com tanto dinheiro. É a pedra fundamental de uma das cidades mais liberais do planeta. É um passeio imperdível para quem visita a cidade. 

Aberto diariamente das 9h30 às 17h45, o ingresso pode ser adquirido até às 21h30 da noite anterior à visita pela internet por valores mais em conta do que no guichê do museu.



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O valor da entrada para adultos é de £ 15 e para crianças e adolescentes (idades entre 5 e 18 anos) é de £ 8,10. Já bilhetes para a família – dois adultos com até duas crianças é £ 35.10 e um adulto com até duas crianças, £ 21,60.


Brighton Palace PierAs primeiras máquinas do parque de diversão chegaram em 1905, e até hoje o píer conserva essa atmosfera do começo do século passado. À beira mar com uma característica em comum: cores vibrantes piscando, máquinas de bichos de pelúcia, vendedores de balões, quiosque de comidas gordurosas e açucaradas, crianças eufóricas e brinquedos diversos – de roda gigante a carrinhos de bate-bate… Todas essas particularidades misturadas formam uma atmosfera de clima tão descontraído e alegre que não se divertir é praticamente impossível.

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A montanha russa oferece uma linda vista da orla.

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Inaugurado em 1889, o local é uma das atrações turísticas mais famosas da cidade e parte do que torna a orla marítima tão popular: mais de 3 milhões de pessoas passam por ali todos os anos!  Há montanha-russa, carrosséis, máquinas de jogos, algodão doce, cachorro-quente e gaivotas ladras.

Para os antenados: muitos livros, filmes e séries de TV se referem a este píer e o usam em suas produções cinematográficas, um deles é o sucesso de Tim Burton: “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.

Para conhecer o local, é possível entrar e caminhar até o final do caís sem pagar entrada e comprar comidas e bebidas.  Já para brincar no parque de diversões, o valor do ingresso possui desconto de 25% se comprado antecipadamente pela internet para brincar ilimitadamente nos por um dia: £ 20 para adultos e £ 12 para crianças.


Torre de observação British Airways i360: Em agosto de 2016, a torre foi aberta ao público em Brighton com 137 metros de altura. Projetada pela Marks Barfield Architects, a empresa por trás do icônico London Eye, a torre transporta 200 visitantes por vez para contemplar as vistas da cidade de Brighton, costa de Sussex e do Canal da Mancha. Esta é considerada a torre de observação mais alta do mundo no momento.

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Com 18 metros de diâmetro e pesando 94 toneladas, a cápsula de observação é dez vezes maior que as cápsulas do London Eye. Construída em vidro duplo feito à mão, fornece um panorama total de 360 ​​graus da paisagem circundante, com vistas de até 40 km de distância.


Uma vez dentro do ‘casulo’, os passageiros podem andar livremente ou se sentar e apreciar a paisagem e até tomar bons drinks no bar. O passeio completo dura cerca de 25 minutos.

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Os ingressos para a torre custam £ 7,40 para crianças e £ 15 para adultos. Para agendar em comprar online, clique AQUI


Banksy em Brighton: Uma das obras mais aclamadas deste misterioso artista de rua, polêmico, controverso e respeitado do mundo está em Brighton. Na parede externa do pub Prince Albert está o icônico mural ‘Kissing Policemen’, uma saudação provocativa e bem humorada contra a homofobia feita em 2004.

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O trabalho que mostra dois policiais apaixonados tornou-se um santuário para os fãs do misterioso grafiteiro inglês e uma parada regular na rota turística de Brighton. Mas embora o beijo lascivo permaneça no local, atualmente é apenas uma cópia do original em meio a um mural em homenagem a artistas britânicos. Em 2008, depois de repetidos ataques à obra de arte, que a deixaram seriamente danificada, Chris Steward, o proprietário do pub vendeu o original por uma quantia considerável, estimada entre US $ 500 mil e US $ 700 mil.

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Para retirar a obra do local, uma empresa especializada em restauração de arte usou produtos químicos para transferir a imagem para uma tela e o original foi substituído por outro estêncil e envolto em acrílico.

Embora os trabalhos do artista sejam bastante variados, todos possuem características em comum: são feitos na calada da noite em locais públicos, têm forte cunho político e social e abordam questões da atualidade.


Lanes e North Laine: é o coração hipster da cidade. O bairro mais legal para comer, beber, fazer compras e andar por aí é o Lanes e seu vizinho de cima, North Laine. Trata-se de uma charmosa área de ruas estreitas e casinhas geminadas convertidas em lojas, cafés, bares e afins. 


Há lojas de discos robustas, como a Rarekind e a Resident, que dedica boa parte do espaço a CDs, essa mídia quase esquecida no resto do mundo, mas não na “cidade mais hipster de todas”. Os brechós merecem uma visitinha. Em um deles, To be Worn Again.

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Restaurante vegetariano Terre à Terre: Localizado na divertida área de Lanes, há 24 anos existe um dos melhores restaurantes vegetarianos que qualquer apaixonado por carne poderia desejar. Isso mesmo. No Terre à Terre os pratos são tão deliciosos, bem temperados e bonitos que nem mesmo o maior dos carnívoros sentirá falta de carne em sua refeição.


Altamente recomendado pela imprensa, sua abordagem criativa e divertida da culinária vegetariana garante que o cardápio mostre uma seleção de pratos exóticos e inovadores. Definitivamente, o local nunca poderia ser acusado de ser um restaurante vegetariano chato: tudo no menu parece interessante e incomum e é preciso ler a descrição de cada item para ter uma compreensão adequada de cada prato oferecido.

Esqueça as saladinhas convencionais, no restaurante os pratos são confeccionados como se fossem verdadeiras obras de arte e tudo com preços acessíveis ao bolso – mesmo para com a diferença de câmbio entre real e libra.


English’s of Brighton: é o mais tradicional e o mais antigo restaurante de frutos do mar da cidade, fica em uma pracinha fofa do bairro e, apesar de seu ambiente estiloso, meio Belle Époque, é um lugar acolhedor e familiar. Nas paredes, há fotos autografadas de artistas que por lá passaram, de Charlie Chaplin a Judy Dench.

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A principal Parada LGBTQ + do Reino Unido

Brighton tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil pessoas vão à cidade para o Brighton Pride. A Parada LGBTQ + é um dos maiores e mais incríveis eventos do calendário da cidade e a principal passeata de orgulho gay de todo Reino Unido.


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